Cuidado! Período de verão pode aumentar infecções urinárias

Nessa época, se os líquidos perdidos pelo suor e respiração não tiverem a reposição adequada, o organismo terá menor quantidade de urina e, assim, poderão surgir infecções no trato urinário.

Texto adaptado a partir de entrevista veiculada no dia 26/12/2019 à Radio CBN na coluna dicas de Saúde – Brasília

Férias, sol, calor, praia e piscina: uma das combinações mais aguardadas pelos brasileiros. A estação mais quente do ano, o verão, teve início neste mês. Junto com a época queridinha da população vêm alguns alertas médicos que vale a pena ficar de olho. Você sabia que as infecções urinárias podem ser mais recorrentes neste período?

O médico urologista Dr Carlos Watanabe, da clínica Veridium, explica que no verão a ingestão de líquidos é muito mais importante que se imagina, até mesmo para prevenir este quadro de infecção. “A desidratação faz com que você vá menos vezes ao banheiro. Pessoas com maior risco para infecção podem esvaziar menos vezes a bexiga, reter urina por mais tempo e determinar aumento do risco de infecção”, orienta Watanabe.

Ter cuidado com a higiene também é fundamental. Nada de ficar com biquíni ou sunga molhada por muito tempo. Isso pode comprometer a saúde da região íntima. O urologista elenca mais alguns cuidados que podem ser adotados. “Se você está suado mais tempo, usa roupas de poliéster, você tem um ambiente ideal para que as bactérias se proliferem na região genital. Cuidados também com a atividade sexual, higiene antes e após, esvaziar a bexiga após a atividade para “limpar” o canal da uretra são pequenas dicas importantes”, destaca.

SINTOMAS

Os sintomas mais comuns da infecção urinária “simples”, a cistite, são ardência para urinar, aumento da frequência urinária – vai várias vezes ao banheiro mas sai pouco urina; alteração da cor da urina – podendo haver sangramento urinário.

“Em infecções mais graves, os sintomas podem ser mais acentuados. Entre eles, dor nas costas, febre, mal-estar geral, pulso acelerado e confusão mental também podem estar presentes”, enfatiza o urologista.

Em idosos, é possível ver estados de febre e confusão mental sem causa específica e que somente com uma avaliação mais rigorosa identificamos como foco a infecção urinária. Devem procurar sempre que suspeitarem para evitar complicações e tratamento inadequado.

O médico explica que a incidência de cistite (infecção urinária na bexiga) é maior em mulheres do que em homens. “Cerca de 12 a 40% das mulheres em idade reprodutiva vão ter pelo menos um episódio de infecção no período de um ano”, citou o urologista. Este fato acontece por questões relacionadas à própria anatomia feminina, relação da uretra com a região genital feminina há um risco maior de desenvolver infecções urinárias em mulheres.

As crianças também podem ser afetadas, mas em geral é necessário que algum fator de risco esteja presente como alguma malformação do trato urinário, condições de refluxo urinário e diminuição da imunidade. Mas, na presença de algum desses fatores, o aprendizado do bom esvaziamento da bexiga, higienização adequada e ingestão de líquidos da forma correta são fundamentais para proteção da criança.

FATORES QUE PODEM CAUSAR A INFECÇÃO URINÁRIA

– Atividade sexual com novo parceiro sem proteção;

– Retenção de urina por longos períodos de tempo;

– Ingestão de poucos líquidos;

– Usar roupas úmidas;

– Má higienização da região íntima.

TRATAMENTO

Normalmente o tratamento envolve o aumento da ingestão de líquidos e uso de antibióticos, além de medicações para controlar os sintomas. Em geral, em três dias é possível tratar a maioria das infecções não-complicadas.

Já nos casos de infecções mais graves ou em pacientes de risco, o tratamento com medicação endovenosa e em regime de internação pode ser necessário, pelo menos nos primeiros dias de tratamento. “Nessas situações, o tratamento é mais prolongado chegando até 2 a 3 semanas. Durante o tratamento, cuidados de prevenção são importantes, principalmente revisando os hábitos de vida que podem ter contribuído para o surgimento da infecção”, descreve Carlos Watanabe.

É importante ressaltar que o diagnóstico deve ser feito por um médico. É possível atestar a infecção somente com exame clínico. Em casos mais graves, é preciso investigação com exames de imagem, além dos exames laboratoriais de sangue e urina.

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