Circuncisão

Circuncisão: o que é e por que deve ser feita

A remoção da pele que cobre a cabeça do pênis facilita a higienização e diminui a incidência de infecções.

Circuncisão ou postectomia é o procedimento de remoção cirúrgica do prepúcio, pele que recobre a cabeça do pênis. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, a maioria dessas cirurgias é realizada até os 5 anos por motivos médicos.

O principal objetivo da cirurgia de fimose é remover o excesso de pele do órgão sexual masculino, que pode causar dor nas relações sexuais ou inflamações constantes.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 37% dos homens no mundo são circuncidados. 

A circuncisão facilita a higienização, diminui a incidência de infecções urinárias e também previne infecções sexualmente transmissíveis (IST), como a Aids e a contaminação pelo vírus HPV. Também há evidências de que pacientes circuncidados têm menor chance de desenvolverem câncer de pênis, e suas parceiras também apresentam menor probabilidade de apresentar câncer de colo no útero.

A OMS recomenda a circuncisão em países com alta prevalência de HIV, especialmente na África Subsaariana. Nos pacientes não circuncidados, o espaço entre o prepúcio e a glande serve para que se acumulem secreções, que aumentam o número de microorganismos, gerando inflamações locais. Além disso, o próprio prepúcio é mais frágil e pode sofrer pequenos traumas durante a atividade sexual, servindo como porta de entrada para vírus e bactérias.

Algumas perguntas e fatos:

O que é a circuncisão? 

A circuncisão ou postectomia, é o procedimento de remoção cirúrgica do prepúcio, pele que recobre a glande. 

Há dados sobre circuncisão no Brasil? Sim. Em estudo publicado em 2012 com dados do Datasus de 1984 a 2010, foi demonstrado que a maioria das circuncisões foi realizada até os 5 anos de idade por motivos médicos, voltando a ser mais realizadas na sexta década de vida. No período de avaliação do estudo, a taxa de circuncisão na população atendida pelo SUS foi de menos de 2%. Estima-se que cerca de 37% dos homens no mundo todo sejam circuncidados. E esse número é maior especialmente em países islâmicos por motivos culturais e religiosos. Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 80% da população seja circuncidada.

Quando está indicado fazer a cirurgia de fimose? 

As indicações mais comuns são para tratamento de fimose (formação de anel que dificulta a exposição do pênis), dor a relação sexual (especialmente em pacientes mais jovens com excesso de pele), balanopostite recorrente (inflamação da glande do pênis) e por motivo estético.

Como é o procedimento? 

Pode ser feito em qualquer idade? Tem idade ideal? O procedimento é feito com anestesia (local ou local com sedação) e é removido o excesso de prepúcio. A técnica cirúrgica e o uso de dispositivos dependerá da idade do paciente e preferência do cirurgião. O mais importante é que seja realizado por profissional qualificado, o que determina menor chance de complicações.  Pode ser realizado em qualquer idade, e a indicação na primeira infância é motivo de discussão entre as sociedades médicas. De qualquer forma, deve-se pesar a indicação médica e a discussão dos riscos e benefícios. Em alguns países, por motivos culturais ou religiosos o procedimento é realizado ainda no período neonatal. Alguns especialistas indicam o procedimento nessa idade pela maior facilidade de cuidados após o procedimento e os benefícios do procedimento que se estendem para os anos seguintes de vida. 

É verdade que há redução nos casos de HIV para homens circuncidados? Por que?

A WHO (World Health Organization) passou a recomendar a circuncisão em países com alta prevalência de HIV, especialmente aqueles localizados na África sub-Sahariana. Essa recomendação foi baseada em estudos que mostram redução no risco de transmissão em até 60% do vírus em populações submetidas ao procedimento quando comparadas com aqueles que não são circuncidados. 

Nos pacientes não-circuncidados, o espaço entre o prepúcio e a glande permite que se acumulem secreções o que permite o crescimento de microorganismos como fungos e bactérias e facilita inflamações locais. Além disso, o próprio prepúcio é mais frágil e pode sofrer pequenos traumas durante a atividade sexual que servem de porta de entrada para agentes de infecções sexualmente transmissíveis. Acredita-se que a remoção do excesso de prepúcio diminui essa porta de entrada. 

Mas é muito importante ressaltar que a circuncisão não pode ser considerada isoladamente como método de proteção para infecções sexualmente transmissíveis. A educação sobre infecções sexualmente transmissíveis, o fornecimento e a utilização de preservativos e a orientação para a vida sexual segura são fundamentais para a prevenção.